Entrar no mercado de importação pode ser uma excelente oportunidade para diversificar produtos, reduzir custos e trazer inovações ao seu negócio. No entanto, importar mercadorias no Brasil envolve uma série de etapas regulatórias, logísticas e financeiras que exigem atenção e planejamento.
Este é um guia completo que preparamos para você que quer entender mais sobre como funciona a importação de produtos no Brasil. Confira!

O que é importação?
Importação significa adquirir produtos de outros países para uso ou comercialização no Brasil.
Essa operação exige o cumprimento de normas, regulamentos e requisitos específicos, dependendo do tipo de mercadoria que se pretende importar.
Principais passos para quem deseja começar a importar
Vamos colocar aqui os principais passos para quem quer começar a importar com eficiência e segurança:
Habilitação no Radar Siscomex
Antes de mais nada, o primeiro passo para importar legalmente é habilitar sua empresa no Radar (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros) para ter acesso ao Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior) junto à Receita Federal.
Com essa etapa concluída, sua empresa passa a ter acesso ao sistema Siscomex, responsável por registrar todas as operações de importação.
Em relação à habilitação, existem três modalidades na importação, que são:
- Radar Expresso: para empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima, ou ainda, empresa pública ou sociedade de economia mista.
- Radar Limitado 50 mil dólares: para empresas que operam com valores de até 50 mil dólares dos Estados Unidos ou o equivalente em outra moeda dentro de um período consecutivo de 06 (seis) meses.
- Radar Limitado 150 mil dólares: para empresas que operam com valores de até 150 mil dólares dos Estados Unidos ou o equivalente em outra moeda dentro de um período consecutivo de 06 (seis) meses.
- Radar Ilimitado: para empresas que pretendem importar valores acima de 150 mil dólares dos Estados Unidos ou o equivalente em outra moeda dentro de um período consecutivo de 06 (seis) meses, mas desde que possam comprovar capacidade econômico-financeira para essa condição.
Escolha de fornecedor internacional confiável
Partindo do princípio que você já definiu o produto que sua empresa vai importar, o próximo passo é encontrar um fornecedor internacional confiável. Para isso, pesquise detalhadamente o potencial fornecedor, considerando:
- Seu histórico de exportação
- Sua reputação no mercado
- Sua saúde financeira
- Sua capacidade técnica e de produção
Após essa avaliação, é importante também solicitar ao fornecedor o envio de amostras para que você possa conferir a qualidade do produto antes de fechar um pedido de compra.
Outro ponto importante é manter uma comunicação clara e constante com o fornecedor, o que ajuda a alinhar expectativas e prevenir mal-entendidos.
Classificação fiscal da mercadoria na importação
A empresa deve identificar cada produto importado com um código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) adequado.
Esse código define as alíquotas dos impostos e orienta o tratamento administrativo aplicado à mercadoria.
Portanto, é importante que você reúna o maior número possível de informações sobre o produto em questão, focando em suas características técnicas, como composição, uso, finalidade, e a partir disso classifique o produto corretamente seguindo as regras de classificação fiscal.
Consulta de Tratamento Administrativo
Antes de iniciar o processo de importação, é essencial verificar se o produto exige a emissão de uma Licença de Importação (LI) ou o cumprimento de requisitos específicos.
Formação dos custos de importação
O custo final da mercadoria importada vai muito além do valor pago ao fornecedor. É, portanto, necessário considerar:
- Os tributos incidentes na operação (Imposto de Importação, II, IPI, Pis/Pasep-Importação, Cofins-Importação, ICMS, AFRMM, CIDE-combustíveis, Taxa de Utilização do Siscomex);
- Custo do frete internacional;
- Contratação do seguro internacional de carga;
- Despesas portuárias/aeroportuárias;
- Taxas administrativas;
- Custos cambiais e despesas bancárias;
- Custos com logística interna.
Negociação e formalização do pedido de compra
Negociar bem não significa apenas buscar o menor preço, mas sim alinhar interesses, condições e responsabilidades entre comprador e fornecedor, garantindo clareza e segurança para ambas as partes.
No processo, alguns pontos devem ser discutidos, como:
- Especificações do produto;
- Preço do produto e condições de pagamento;
- Prazos de produção e entrega da mercadoria;
- Incoterm aplicável
- Política de troca e devoluções
Depois de concluir a negociação, a formalização do pedido deve ser feita por meio de uma Purchase Order (PO), que deve conter todas as condições acordadas com exatidão, funcionando como referência para o cumprimento das obrigações assumidas.
Além disso, é interessante firmar um contrato de compra e venda, assegurando a aplicação de cláusulas específicas, como penalidades por descumprimento, foro de resolução de conflitos e garantias contratuais.
Fechamento de câmbio
As compras internacionais são realizadas em moeda estrangeira. Assim, é necessário contratar os serviços de uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central para realizar o fechamento de câmbio para efetuar o pagamento da mercadoria importada ao fornecedor internacional.
Escolha do modal de transporte ideal
Você pode importar utilizando a modalidade de transporte marítima, aérea ou terrestre, dependendo do tipo de mercadoria, do país de origem e destino, do custo e do prazo de entrega envolvidos na operação.
O transporte marítimo é o mais comum, principalmente para grandes volumes e cargas menos urgentes. Enquanto o aéreo é ideal para pequenos volumes, pouco peso, cargas urgentes, frágeis, perecíveis ou de alto valor agregado.
Já o terrestre é uma excelente alternativa para curtas e médias distâncias, podendo ser transportado por este modal qualquer tipo de mercadoria, no entanto, possui pouca capacidade de carga.
Análise e aprovação dos documentos de embarque
Alguns documentos são essenciais para o processo de despacho e desembaraço aduaneiro, tais como:
- Fatura Comercial (Commercial Invoice) emitida pelo exportador;
- Packing List (Romaneio de Carga) também emitido pelo exportador;
- Conhecimento de embarque emitido pela empresa transportadora;
- Outros documentos específicos de acordo com o produto a ser importado ou em decorrência de Acordos Comerciais Internacionais.
Eles precisam e devem ser analisados e aprovados por você antes do embarque da carga na origem para desta forma evitar qualquer tipo de problema junto à Receita Federal devido a apresentação de documentos incompletos ou inexatos.
Contratação do seguro internacional de carga na importação
Ainda que o exportador venha a ser o responsável pela contratação do seguro internacional de carga, de acordo com o Incoterm negociado, você precisa contratar um seguro adicional para suas mercadorias, uma vez que normalmente o exportador contrata um seguro de cobertura mínima.
Processo de despacho e desembaraço aduaneiro
Após dada a presença de carga pelo depositário, você ou seu representante legal, deve então registrar a Declaração de Importação (DI) no Siscomex ou a Declaração Única de Importação (DUIMP) no Pucomex (Portal Único de Comércio Exterior) para o caso das empresas que já estão operando através do Novo Processo de Importação (NPI).
Essa etapa envolve:
- Registro da declaração aduaneira;
- Pagamento dos tributos;
- Parametrização da declaração aduaneira para um dos canais de conferência (verde, amarelo, vermelho ou cinza);
- Envio/recepção dos documentos instrutivos para os casos de parametrização em canal diferente de verde;
- Distribuição para Auditor-Fiscal da Receita Federal para os casos de parametrização em canal diferente de verde;
- Análise dos documentos e/ou inspeção física da carga (quando exigido);
- Liberação da carga quando não encontrada nenhuma irregularidade, obtendo assim o desembaraço aduaneiro;
- Entrega da carga pelo depositário.
Logística interna de importação
Após o desembaraço aduaneiro, a mercadoria é liberada e pode ser retirada do recinto alfandegado para ser transportada até às instalações do importador.
Nesse momento entra em cena a logística interna.
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